segunda-feira, 7 de março de 2011

BBB11: "Fui omisso. Demorei para entender que era jogo", diz Cris

Mesmo antes do final do BBB11, Cristiano Naya já garantiu lugar de destaque na atração. Não por seus escândalos ou estratégias. Discreto e quieto, ele atraiu olhares tanto das telespectadoras quanto das colegas de confinamento por seus dotes físicos.

Foto: André Giorgi
Cristiano Naya: "Eu me achei muito diferente lá. Apático. Eu sou bem diferente disso aqui fora"
A beleza e o charme do confinado de 33 anos (ele completa 34 no dia 24 de março) eram assuntos dentro e fora da casa. Coadjuvante, como ele mesmo se reconheceu no jogo, o engenheiro deixou oreality show no dia 8 de fevereiro, quando foi eliminado em uma disputa contra Rodrigão, no sexto paredão da edição. Com 78% dos votos, Cristiano se despediu da casa – e do sonho de faturar R$ 1,5 milhão – em um duelo de bonitões, como brincou Pedro Bial naquela terça-feira. Dentro da casa, deixava Paulinha aos prantos. Mas, ao iG, ele contou que trocou apenas selinhos com a confinada. E durante a festa. Nada foi levado para baixo do edredom, como a sister chegou a confidenciar paraMaria. “Realmente, não teve nada, nada, embaixo do edredom. Nada mesmo”, enfatizou o ex-brother.
Fora do programa, Cristiano tem aproveitado o momento de fama. Já fez alguns desfiles, fotos para revistas e se diverte com o assédio. “Como isso nunca fez parte da minha vida e vai fazer por um período curto, eu estou lidando muito bem”, afirmou o BBB, que iniciou a conversa timidamente e, aos poucos, se soltou. Nada diferente do que confessou ser no dia-a-dia. E também de como foi na casa. O problema é que, no programa, não teve tempo para mostrar seu lado mais descontraído.
iG: Na casa, o público viu o Cris como um cara mais discreto, reservado, quieto. Quem é realmente Cristiano Naya?
Cristiano Naya: Sou um cara inicialmente tímido, mas depois que me ambiento e conheço as pessoas, sou bastante extrovertido. Gosto muito de esportes, principalmente esportes com prancha. E de música, principalmente de rock. Gosto de sair, de estar com meus amigos.
iG: Então talvez o que você mostrou lá seja apenas o Cristiano tímido...
Cristiano Naya: É que, na verdade, antes de você entrar na casa, você fica confinado por um certo período (uma semana). Então, quando eu entrei lá, eu estava me sentindo um monge, porque você fica confinado sem televisão, sem internet, sem rádio. O que você tem é um livro e um iPod com algumas músicas. Eu me achei muito diferente lá. Apático. Eu sou bem diferente disso aqui fora. Sou participativo, falo muito, falo alto. Então, realmente, apareceu só um lado meu.

Foto: Andre Giorgi
Cris: "Dar um selinho, para mim, é totalmente irrelevante. Não tem nada a ver com ficar"
iG: O que mais te irritou dentro da casa?
Cristiano Naya: Na verdade, eu fiquei até calmo demais. Fechado lá, você aprende a lidar com a ansiedade, as vontades. Você não consegue fazer nada. O mais difícil lá dentro, pra mim, foi o ócio, a falta do que fazer. Sou muito ativo, não fico parado, não fico no sofá de casa assistindo televisão. Essa foi a parte mais difícil.
iG: E qual foi a melhor parte do confinamento?
Cristiano Naya: A parte que você chega, que você está dentro do programa e sente a alegria das pessoas que estão ali. É praticamente a realização de um sonho de um monte de gente. E depois que você sai, também é muito legal. Quando a gente está lá dentro, não tem ideia de como é. O reconhecimento é enorme, o assédio é muito grande.
iG: E como você está lidando com esse assédio?
Cristiano Naya: Como isso nunca fez parte da minha vida e vai fazer por um período curto, eu estou lidando muito bem. Estou me divertindo, estou gostando. Sou simpático com todo mundo que vem falar comigo. Sei que é uma coisa passageira, então eu fico tranquilo. Daqui a pouco vai acabar.
iG: Então sua intenção não é continuar famoso, seguir carreira de ator, apresentador, DJ...
Cristiano Naya: Ator não pretendo ser, porque não tenho estudo, não tenho conhecimento, não tenho nada. Mas com certeza vou tentar tirar o máximo proveito dessa exposição que eu tive, desse momento de fama, e tentar prolongar isso o máximo que for possível.
iG: Você assistia BBB ou foi algo completamente novo para você?
Cristiano Naya: Eu assistia, mas não era fanático, não era aquele cara que não perdia. Assistia pouco.

Foto: Andre Giorgi
Cristiano Naya aproveita seu momento de fama e se diverte com o assédio e o reconhecimento
iG: Diferente de outros confinados, você não mandou o vídeo de inscrição e, sim foi convidado. Onde você estava, como foi o convite?
Cristiano Naya: Eu estava em uma festa em São Paulo e uma pessoa me abordou, perguntando se eu já tinha pensado em participar de algum reality show e se eu tinha interesse. Durante umas duas ou três vezes a gente conversou sobre a possibilidade, eu dei meu telefone e o pessoal entrou em contato comigo. Aí fui convidado para ir para o Rio participar das entrevistas. A partir daí, participei de todo processo igualmente, como quem manda o vídeo.
iG: O que te fez aceitar o convite?
Cristiano Naya: Em primeiro lugar, a possibilidade de ganhar R$ 1,5 milhão de reais. Eu sou engenheiro, então para mim é tudo matemática. Se você dividir pelas pessoas que estão lá dentro, a chance que eu tenho, com certeza, será a maior que vou ter. Ou, foi a maior, até hoje. E, em segundo lugar, a ideia que eu tinha antes era que tudo seria muito divertido. Você não tem a noção da pressão psicológica, das dificuldades que se tem para criar o jogo mesmo. Então você pensa: ‘Pô, é um lugar com festa, gente bonita, casa bacaníssima, piscina. Vou concorrer a R$ 1,5 milhão, prêmios, carros, apartamentos, e ainda me divertir'.
iG: E você conseguiu se divertir?
Cristiano Naya: Me diverti muito, principalmente no começo. Mas tem uma hora que as coisas começam a ficar difíceis, começa a criar atrito. É característico do jogo, todo mundo está lá para ganhar R$ 1,5 milhão. Ninguém vai lá para fazer amizade ou ficar tomando sol o dia inteiro. Você vê que não é só diversão, não.
iG: O que rolou realmente entre você e a Paulinha?
Cristiano Naya: A Paulinha é superquerida. O que me aparenta nela, é que, talvez, ela tenha sido muito mimada ou cuidada pelos irmãos, pela família. E ela várias vezes falou para mim que me tinha como um irmão dela. O que sinto por ela é uma amizade. É uma pessoal legal, fui carinhoso com ela e ela foi muito carinhosa comigo, mas é amizade. Não tem nada além disso.
iG: Mas rolaram alguns beijos...
Cristiano Naya: É, selinhos mais, né? Na verdade, as brincadeiras lá dentro tomam uma dimensão diferente. Fiz muita coisa lá dentro que não faria aqui fora, e deixei de fazer muita coisa lá dentro que normalmente faço aqui. Para mim, foi mais uma brincadeira. A brincadeira do doce de leite passou um pouco dos limites. Dar um selinho, para mim, é totalmente irrelevante. Não tem nada a ver com ficar.
iG: Ela comentou que rolaram beijos também embaixo do edredom...
Cristiano Naya: Então, todo mundo falou isso para mim. Eu nunca, nunca, nunca... não me lembro. Só se foi algum dia que me deu um lapso de memória. Me mostraram um vídeo dela deitada lá na casa B, que ela entrou embaixo, e eu falei “Paulinha, me dá um beijo”. Mas está claríssimo lá, eu falo “me dá um beijo no rosto”. Se você vê o vídeo, está claro lá. E foi um minuto. Realmente, não tem nada, nada, embaixo do edredom. Nada mesmo.

Foto: Andre Giorgi
"Fiz muita coisa lá dentro que não faria aqui fora, e deixei de fazer muita coisa lá dentro que normalmente faço aqui"
iG: Você comentou que deixou de fazer algumas coisas dentro da casa. O que, por exemplo?
Cristiano Naya: Ah, eu certamente teria participado mais, não teria sido tão coadjuvante lá dentro. Eu não sou assim. Percebi que tinha gente manipulando votos ali dentro, gente convencendo as pessoas para votar. Talvez isso favoreça você dentro da casa, mas se você vai para um paredão, isso te enfraquece. Eu poderia ter chegado nas pessoas e falado: 'Faz o que você acha certo, não vai pela cabeça das outras pessoas, tenha uma atitude aqui dentro que, quando você sair, você vai ser reconhecido e admirado lá fora'. Lá dentro, todo mundo fala 'vamos viver aqui', mas não dá para esquecer que sua vida continua depois do programa. Então acho que faltou eu me envolver mais com as pessoas, participar, ouvir, dar opinião.
iG: Entre manipuladores e jogadores, para quem você torce, nesse momento?
Cristiano Naya: Eu fui perceber o que estava acontecendo no domingo, quando fui para o paredão com o Rodrigão. Foi ali que eu percebi que as pessoas estavam jogando entre elas, que o pessoal estava tendo atitudes dizendo 'ah, votei em você, mas não queria votar'. Depois fazia cena e votava de novo. Isso não me incomodou, mas comecei a perceber que estava todo mundo jogando. Agora eu torço pelo Rodrigão e pelo Maurício, que foram os dois que peguei uma amizade, em pouco tempo. Quando eu estava fora, também pensava como alguém fica amigo de alguém desse jeito. Mas é que lá é uma situação diferente. Existe um trabalho psicológico, que você acaba pegando amizade.
iG: Qual foi o mico dessa edição?
Cristiano Naya: Acho que foi o Mauricio voltar enquanto a Maria estava quase se acertando com o Wesley (risos).

Foto: Andre Giorgi
Cris: "Lá dentro, todo mundo fala ‘vamos viver aqui’, mas não dá para esquecer que sua vida continua depois do programa"
iG: O que mudou desde que você saiu da casa, além do assédio?
Cristiano Naya: Não consegui voltar a trabalhar ainda (risos). Tem aparecido muito convite para ir a festas, essas coisas que eu já nem tenho mais idade para fazer tanto, já nem aguento mais (risos). Mas basicamente, o que mudou para mim foi o assédio, o reconhecimento das pessoas.
iG: É estranho para você, que era um engenheiro, de repente, ser reconhecido em todos os lugares que vai?
Cristiano Naya: É divertido, não acho estranho. Tem até umas cenas engraçadas. Outro dia saí para comer um lanche e uma menina começou a gritar, tremer (risos). A única diferença é que apareci na televisão. Não sou nada. Sou como todos aqui dentro.
iG: Você vai posar nu ou não?
Cristiano Naya: Não.
iG: Por quê?
Cristiano Naya: Como eu falei dentro da casa, não tenho nada que me impeça. Minha mãe, meu pai... Então eu dizia que, dependendo da negociação, do valor, valeria a pena. Mas depois que saí de lá comecei a reavaliar tudo que acontece, como é minha carreira, meu ambiente, minha família. E eu acho que isso vai me trazer mais prejuízo que benefício. Com certeza me atrapalharia no trabalho, na minha carreira de engenheiro.
iG: E o que você pretende fazer daqui pra frente, quais são seus planos?
Cristiano Naya: Eu vou tentar conciliar, pretendo continuar com meu trabalho. Como trabalho com meu pai, tenho disponibilidade para passar um, dois, três, quatro dias fora do trabalho. O que vou fazer é conversar um pouco com o Angelo (agente) para ver o que tem de estratégia para mim e tentar aproveitar ao máximo essa exposição.
iG: Voltaria para um BBB?
Cristiano Naya: Voltaria. Depois de tudo que sei (risos). É muito diferente do que a gente imagina. Eu acabei não ganhando nada. Se for pensar por esse lado, você corre o risco de ir lá, se expor, acontecer um monte de coisa, e não ganhar nada. Por outro lado, hoje, eu sei como funciona aquilo. Se eu volto, tenho uma vantagem muito grande. Eu voltaria por isso.

Foto: Andre Giorgi
Cristiano Naya: "Achei que eu estava em uma casa, ali, passando férias. E não é nada disso"
iG: Defina em poucas palavras cada um dos participantes da casa:
Ariadna:
Um amor de pessoa
Adriana:
Linda, menina e esperta
Daniel:
Figura, engraçadíssimo
Igor:
Meu amigo
Rodrigão:
Grande amigo também
Rodrigo:
Um cara muito engraçado, aqueles caras bagunceiros. Faz piada e graça o dia inteiro
Michelly:
Verdadeira, falas as coisas de primeira, sincera
Wesley:
Determinado. Chegou de olho na Maria e foi, sem pensar no que os outros iriam achar. É um cara honesto, sabe o que faz, consciente.
Maria:
Das mulheres, era a mais fácil de conversar. Engraçada, uma figura
Talula:
Uma jogadora. Tinha momentos que sentia uma falsidade. Mas é o jogo, está valendo R$ 1,5 milhão. Cada um tem sua estratégia
Jaqueline:
Tem um corpo impressionante
Janaína:
Alegre, acorda dando risada. “Bom dia, planta; bom dia, porta”. Tem hora que você fala “chega de tanta alegria” (risos)
Maurício:
O cara mais do bem que conheci. Preza pelos valores de família, amizade, honestidade
Diogo:
Hiper hiper hiperativo. Dorme 15 horas por dia e as outras nove ele fala sem parar. O problema dele é que fala o que não deve
Paulinha:
Superquerida e, talvez, um pouco mimada
Lucival:
Inteligente
Diana:
No começo eu a achava parecida comigo, mais quieta. É superdivertida. Ótima companhia.
Natália:
Muito determinada, inteligente
E o Cristiano, como jogador:
Fui muito omisso. Demorei para entender que estava em um jogo. Achei que estava em uma casa, ali, passando férias. E não é nada disso. Fui muito coadjuvante.

Foto: Andre Giorgi
Cristiano: "Na verdade, o mais difícil lá dentro, pra mim, é o ócio, falta do que fazer"

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